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Os efeitos e as mortes provocadas pelo novo coronavírus não serão esquecidos tão cedo. O medo e o isolamento social deixaram marcas profundas, sobretudo nas crianças. A partir desse triste episódio na história mundial, a professora da UERJ Leticia de Luna Freire resolveu escrever um livro. “As crianças e a pandemia” (Ilustre Editora, 32 páginas, ilustrações de Pedro de Luna) convida o pequeno leitor a conhecer as vivências, angústias e expectativas dos cinco personagens e também a falar de sua própria experiência.
“Eu sentia necessidade de escrever sobre o que foi viver essa pandemia e a partir do meu lugar de mãe, tia, professora e antropóloga comecei a perceber como esse fenômeno afetava as crianças da minha família e das famílias de conhecidos e desconhecidos”, explica a autora. “Utilizar personagens ficcionais, porém baseados em realidades de crianças de diferentes contextos socioeconômicos das grandes cidades, foi uma forma de dar sentido a tudo aquilo, mas também de possibilitar falar de temas muito sensíveis às crianças, como o medo da morte, o isolamento social, a crise econômica, a interrupção abrupta das aulas presenciais e as mudanças da vida social.”
Autora de livros acadêmicos como “Educação e Favela: refletindo sobre antigos e novos desafios” (Editora Consequência, 2022) e “Próximo do saber, longe do progresso: histórias de uma vila residencial no campus universitário da Ilha do Fundão” (Eduff, 2014), este é o primeiro infantil de Leticia de Luna Freire, desta vez junto à filha Luisa, de 11 anos:
“Eu observava como as crianças da minha família estavam vivenciando os impactos da pandemia, mas elas são crianças de classe média, brancas, e eu não queria que o livro fosse voltado apenas a crianças com este perfil. Eu comecei a conversar com amigos que também tinham filhos, ler matérias sobre o assunto e compartilhei a ideia do livro com minha filha, que foi me ajudando a criar os personagens e sobretudo a achar a linguagem adequada, já que eu estava mais acostumada a escrever textos científicos.”
Mas a filha não foi a única fonte de pesquisa, revela a antropóloga: “Entrevistei alguns sobrinhos e outras crianças e os desenhos infantis também se tornaram partes importantes do livro. Foi desafiador, mas bastante prazeroso fazer esse livro de forma coletiva, com crianças e para crianças.”
Com uma narrativa lúdica e ilustrações coloridas, “As crianças e a pandemia” deixa importantes lições:
“Apesar de hoje estarmos em um outro momento da pandemia, sem as restrições de um ou dois anos atrás, o que vivemos até aqui não pode ser simplesmente esquecido ou banalizado. Precisamos levar a sério as experiências das crianças e o que elas dizem sobre isso. Os adultos têm muito o que ensinar, mas também têm muito o que aprender com elas, sobretudo no que se refere a valores como empatia e solidariedade. Em síntese, o livro trata do que significa viver em sociedade, do que almejamos enquanto coletividade. E a pandemia trouxe esta reflexão de maneira incontornável.”
Serviço:
“As crianças e a pandemia”
(Ilustre Editora, 32 páginas, ISBN 978-65-87107-15-8, R$ 35)
de Leticia de Luna Freire e Luisa de Luna Reis.
Lançamento na Biblioteca Parque de Niterói (Praça da República s/n
Centro – tel 2719-9900) dia 20/8 (sábado) às 14h.
O livro pode ser adquirido com a autora pelo e-mail
leluna2005@yahoo.com.br
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