Cirurgião plástico explica como escolher lugar e profissionais corretos
O Brasil é o segundo do ranking mundial na realização de cirurgias plásticas, de acordo com pesquisa feita pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica. Em 2020, o número de procedimentos chegou a 1.306.962. A elevada procura não só aumentou a guerra de preços mais atrativos, como também de lugares inadequados e profissionais não capacitados oferecendo procedimentos invasivos. De acordo com a mesma instituição, o Rio de Janeiro é o segundo na lista dos estados que mais realiza esses procedimentos.
Números mostram o crescimento das denúncias de complicações, e locais que estariam realizando cirurgias plásticas de forma ilegal e incorreta, no Rio de Janeiro, nos últimos 2 anos. Nas visitas do IVISA-Rio (Instituto Municipal de Vigilância Sanitária), de 2021 para 2023 as intimações aumentaram 163% e em 600% o número de interdições no município do Rio de Janeiro. Embora as irregularidades sejam constatadas em todo o município, a região da Zona Oeste é disparada a campeã das denúncias e ocorrências mais graves. Apenas nos meses de março, abril e junho foram registrados dois casos de morte por complicações e um caso em que a paciente ficou em estado grave após ter o intestino perfurado, devido à realização de uma lipo. Os três cenários ocorreram na Barra da Tijuca.
O cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Mathews Herdy faz um alerta: “Antes de realizar qualquer cirurgia é preciso ver a qualificação e especialidade daquele profissional, ele precisa ser aprovado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Também é importante procurar por referências desse cirurgião e se ele é qualificado o bastante”.
A presidente do IVISA-Rio, Aline explica: “Os dados que temos, hoje, ainda são muito inferiores ao número real de locais que realizam cirurgias plásticas em locais inadequados. Isso porque o proprietário afirma que o estabelecimento é apto para os procedimentos, mas só constatamos a infração depois de uma denúncia e da fiscalização”. Herdy explica que, além dos cuidados na hora de escolher o profissional que ira realizar a cirurgia, é preciso também se informar sobre o local e o processo que será usado para o procedimento. “O acompanhamento antes da cirurgia é essencial. São necessários exames para avaliar a saúde do paciente e a viabilidade de realizar a operação. É importante saber se o paciente tem alguma condição crônica ou alguma doença. Se ele tiver hipertensão, por exemplo, uma anestesia pode levá-lo à morte. Então, tanto a decisão sobre processos quanto a precificação só podem ser concluídas depois da consulta com o especialista”, pontua o especialista. “Uma cirurgia sempre deve ser feita em um hospital e em centro cirúrgico, para que, caso ocorra algum problema, o médico consiga diminuir os riscos e socorrer o paciente da forma correta”.
Os procedimentos cirurgicos para estética além de serem banalizados, são usados de forma incorreta, relata Herdy. “Muitas pessoas, principalmente mulheres, procuram a lipoaspiração para emagrecer, mas que, ela não é destinada a esse fim, apenas para modelar o corpo e retirar gordura localizada. “Quanto maior a quantidade de gordura, retirada do corpo, mais líquidos e sangue são retirados também. A banalização desse procedimento incisivo faz com que os riscos dessa cirurgia aumentem”. Em estudo feito pela ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica), 61,8 % das mortes por cirurgias plásticas são causadas pela Lipo.
O médico também lembra que cabe ao especialista orientar se aquele é o procedimento ideal e que trará o resultado próximo do qual o paciente deseja. Quem vai atrás do profissional também não deve escolher pelo preço, pois, muitos lugares que oferecem o preço abaixo do mercado, ou promoções antes da avaliação oferecem risco à saúde do paciente.









Descubra mais sobre Gabriela Nasser
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.